quinta-feira, 21 de outubro de 2010

DEBATE E CINEMA DA FRANÇA E DE ISRAEL FECHAM ASSIM VIVEMOS 2010

Cena do longa-metragem israelense Vozes de El-Sayed



Termina hoje o Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes Sobre Deficiência. Depois de seis dias de filmes e encontros no Cineclube Savassi, a mostra encerra sua primeira e bem-sucedida edição em Belo Horizonte com uma programação especial e que toca em cheio na questão da deficiência auditiva.
Às 14h, será exibido o longa israelense Vozes de El-Sayed, do diretor Oded Adomi Leshem. Às 16h, é a vez do francês Sou surdo e não sabia. Para fechar, às 18h, o debate Surdo: Sinalizado ou Oralizado parte do filme Vozes de El-Sayed para discutir a inclusão de surdos. Participam a doutora em lingüística Elidéa Bernardino, a pedagoga Rosângela Elmira Veloso e o psicólogo Marco Antônio de Sousa Jr, com mediação de Lara Pozzobon, diretora e curadora do festival. Os dois filmes e o debate terão suporte de intérpretes em LIBRAS.
Confira a seguir as sinopses dos longa-metragens e os perfis dos debatedores.

ÀS 14H:
VOZES DE EL-SAYED

(Dir. Oded Adomi Leshem / Israel / 75′)
No pitoresco deserto israelense de Negev encontra-se a aldeia beduína de El-Sayed, que possui o maior percentual de pessoas surdas do mundo. Lá, ninguém usa prótese auditiva, porque em El-Sayed a surdez não é considerada uma deficiência. Através das gerações, foi se desenvolvendo uma língua de sinais única, fazendo desta a língua mais usada nessa rara sociedade que aceita a surdez como algo tão natural quanto a vida. A tranqüilidade da aldeia é interrompida pela decisão tomada por Salim de mudar o destino de seu filho surdo e fazer dele um ouvinte por meio da operação de implante coclear.

ÀS 16H:
SOU SURDO E NÃO SABIA

(Dir. Igor Ochronowicz / França / 70′)
Por vários anos, Sandrine não sabia que era surda. Surda de nascença, ela é filha de pais ouvintes. Chegou a freqüentar a escola regular, e lá se perguntava como os outros compreendiam o que a professora estava tentando transmitir. Como uma pessoa surda descobre que pessoas se comunicam através de sons, que o movimento dos lábios que eles vêem produz palavras e comunicação? Esse documentário olha para a questão a partir de dentro, pela perspectiva de Sandrine e sua história verídica. Paralelamente ao relato da autonomia conquistada com a Língua de Sinais, o filme levanta a discussão sobre a conveniência do implante coclear e da oralização de crianças surdas.

ÀS 18H:
DEBATE – SURDO: SINALIZADO OU ORALIZADO
Elidéa Bernardino –
Doutora em Linguística Aplicada pela Boston University, mestre em Linguística pela UFMG, onde também é professora. Foi intérprete Libras por mais de 20 anos e trabalha com surdos há 28 anos.

Rosângela Elmira Veloso – Pedagoga com Especialização em Psicopedagogia. Atuou na Gerência Regional de Educação Oeste. Professora na Rede Municipal de Ensino de BH no Ensino Especial.

Marcos Antônio de Sousa Jr. – Psicólogo, professor e diretor regional-administrativo da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. É surdo e há sete anos atua na área de atendimento psicológico aos surdos e familiares de surdos de várias cidades de Minas Gerais.


O FESTIVAL
Em uma época em que se torna cada vez mais urgente a consciência sobre acessibilidade, o Assim Vivemos se consolida como um importante agente em prol da democratização sócio-cultural. O festival teve sua primeira edição em 2003, no Rio de Janeiro e em Brasília. Exibindo documentários, filmes de ficção e animações que formam um painel surpreendente, fascinante e esclarecedor, o festival revela filmes que trazem a pessoa com deficiência para a cena principal e, através da arte, quebram os preconceitos. Este ano, em sua quarta edição, o festival conquista um sonho há muito acalentado: a itinerância. Além de Belo Horizonte, Porto Alegre e Santa Cruz do Sul (RS), também receberam o evento.
Mais do que trazer a acessibilidade à baila da discussão social, o festival Assim Vivemos realiza todas as suas sessões com suporte para que pessoas com deficiência possam mergulhar fundo no universo mágico e cheio de sensações do cinema. Para isso, lança mão de recursos como a audiodescrição – feita ao vivo por atores e transmitida por fones –, legendas em Closed Caption, intérpretes de LIBRAS nos debates. O acesso à sala de exibição é adaptado para cadeirantes e até mesmo os catálogos sobre o festival têm versão confeccionada em braile.
O festival é uma realização da Lavoro Produções, com patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.



SERVIÇO

ASSIM VIVEMOS – FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOBRE DEFICIÊNCIA ÚLTIMO DIA
CINECLUBE SAVASSI [RUA LEVINDO LOPES, 358, SAVASSI]
ENTRADA FRANCA!

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