sexta-feira, 26 de setembro de 2008

CULTURA AMEÇADA


Como se sabe, a chuva de granizo que despencou sobre a região metropolitana de Belo Horizonte na quarta-feira, dia 17, causou prejuízos para inúmeras famílias e também para o comércio. Só que na Comunidade dos Arturos, que fica em Contagem, os danos foram muito além da questão material. Ao esburacar 80% das construções que formam a vila quilombola, as pedras de gelo que vieram com a tempestade colocaram em risco um patrimônio imaterial que diz respeito à luta de mais de século encampada pelos descendentes do escravo Artur Silvério Camilo, que se estabeleceu no local nos últimos tempos da escravidão no país.

Casas, galpão utilizado para os festejos e até mesmo a capela em que os Arturos celebram seus rituais religiosos tiveram telhas e vidros destruídos, num episódio sem precedentes na comunidade. "Nesses meus 75 anos de vida, nunca vi uma coisa dessas. Já vi muitas chuvas, muitos ventos, tudo muito forte, mas pedras caindo desse jeito eu não tinha visto. Não tinha como se esconder. Tomei um susto", conta ‘seu’ Mário Brás da Luz, um dos quatro filhos de Artur Camilo ainda vivos. "Não sobrou um telhado. As plantas, nossa horta, tudo ficou acabado. Não quero nunca mais ver coisa assim. São Sebastião há de nos proteger", continua ele.

Na capela, a situação é crítica. Cheio de buracos espalhados pelo teto, feito com telhas de amianto, e com a porta de vidro igualmente esburacada, o local, que impressiona pela profusão de cores que vêm dos estandartes, fotos, enfeites e imagens dos santos de devoção, agora está uma bagunça. Tudo teve que ser empurrado para um dos cantos, para evitar a água e o granizo. Nas paredes, mesmo uma semana após a tempestade, é possível ver as marcas da umidade que danificou a pintura. O galpão em que a comunidade realiza encontros e faz as refeições – inclusive, no momento em que a chuva começou, estava acontecendo ali uma reunião para definir ações sócio-culturais – e a casa paterna, marco-zero da comunidade, levantado pelo próprio Artur Camilo, também ficaram bastante prejudicados.

Impossível contabilizar o número de telhas furadas. "Aqui, a grande maioria dos lugares é coberta com telha de amianto. Onde não tem laje ficou assim", lamenta Jorge Antônio dos Santos, diretor de eventos da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário da Comunidade dos Arturos. A tristeza dos Arturos diante dos estragos neste momento é ainda maior, já que eles estão prestes a dar início à comemoração mais tradicional de sua cultura, a Festa de Nossa Senhora do Rosário, que, este ano, começa nesta sexta-feira, dia 26, e vai até o dia 13 de outubro, com novenas, procissões, missa conga, desfile de guardas de Congo e Moçambique, entre outras solenidades realizadas em parceria com a Paróquia São Gonçalo, de Contagem. "Agora, a gente tem que tentar correr para conseguir dar um jeito no que ficou estragado", diz Jorge Antônio.

Apesar de contar com o apoio fundamental da Casa de Cultura de Contagem, a comunidade se vê num momento difícil para angariar recursos e consertar as estruturas destruídas pela chuva. "Precisamos de, no mínimo, 200 telhas de amianto", conta Jorge Antônio. "A nossa prioridade é arrumar pelo menos a capela, o galpão e a casa paterna", planeja ele, acrescentando que, nos dias 11, 12 e 13 de outubro, em que a Festa de Nossa Senhora do Rosário se concentra no território da comunidade, quase 3.000 pessoas passam pelo local.

"Mas a gente queria também dar uma força para as famílias que perderam muita coisa. Temos pessoas aqui que perderam tudo com a enxurrada que veio depois do granizo e invadiu as casas", lamenta ele.A partir de conversas espontâneas pela Internet, pessoas que acompanham e pesquisam a cultura defendida pelos Arturos começaram a se mobilizar e enviar doações. “Essas pessoas são anjos para nós”, diz ‘seu’ Mário Brás da Luz. Quem quiser colaborar com as necessárias reconstruções necessárias para a Comunidade dos Arturos, pode entrar em contato com Jorge Antônio dos Santos pelos telefones 31 9182-4413 e 3395-8373.









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Reportagem: Liliane Pelegrini/Bendita
Fotos: Élcio Paraíso/Bendita

terça-feira, 23 de setembro de 2008

VÍDEO DE CASAMENTO: TATIANA E JOSÉ LUIZ

ste post segue o primeiro video de casamento filmado por mim. Na Bendita, trabalhamos com video há bastante tempo: eu faço os nossos videos documentais e juntamente com parceiros montamos os videos de eventos. Porém, neste casamento da Tatiana e José Luiz, o César Tropia (parceiro antigo e tio da noiva) e a Naty Torres fizeram as fotos e eu fiquei com a incumbência de fazer o video. Foi uma parceria bacana que contou ainda com a edição do Marley Paranhos e dividimos a direção - Tropia, Paranhos e eu. Fizemos como sempre um bruto de mais ou menos 1 hora, um clipe de 15 minutos e o clipe que vocês vão ver que é o mesmo de 15 minutos em versão envelhecida.

ass: Élcio Paraíso






quinta-feira, 18 de setembro de 2008

FOTOGRAFIA DE SHOW: MÚSICA PARA CRIANÇAS - CATIBIRIBÃO

Desta vez, fugindo um pouco dos shows convencionais, passamos a fotografar um projeto novo: o Música para Crianças, da Arte Livre. O primeiro a se apresentar foi o Catibiribão com o Baú de Músicas e Brincadeiras. Acostumado com os show do Museu da Pampulha, quando exercito há mais de 3 anos minha criatividade em ângulos e primeiros-planos, esbaldei-me com o riso das crianças, muita luz e muita cor: Diversão garandita para o público e para o fotógrafo que estava tal qual criança com seus brinquedos.

ass: Élcio Paraíso









segunda-feira, 15 de setembro de 2008

FOTOGRAFIA DE SHOW: VANA

Este show foi incrível, não conhecia o trabalho do pianista Werner "Vana" e quando ouvi fiquei encantado, parece que só postamos shows neste espaço, mas brevente teremos novos temas, apesar de que esse tipo de cobertura cultural tem sido um dos carros chefes da Bendita juntamente com cobertura documental de casamentos. De qualquer forma não me importo de repetir o tema, vale a pena ficar com um pouco do que foi Música no Museu de setembro.

ass: Élcio Paraíso