quinta-feira, 20 de novembro de 2008

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


Dia da Consciência Negra. Nesta data, a Bendita faz sua reverência à negritude apresentando o ensaio “Pula-Fogueira”, do fotógrafo Élcio Paraíso, que está em exposição no Centro Cultural Casa do Lago, da Unicamp, em Campinas (SP). “Pula-Fogueira” é uma das atrações da Semana da Consciência Negra, realizada pela universidade campineira.




Produzido em 2008, “Pula-Fogueira” é um registro de um ritual secular mantido pela comunidade quilombola do Mato do Tição — ou Matição, como se diz informalmente —, pequena vila dentro da cidade mineira de Jaboticatubas, Minas Gerais. A festa acontece na madrugada de 23 para 24 de junho e, nela, impera uma tradição das mais antigas entre os quilombolas: o passar na fogueira, sem sapatos, assim que o relógio marca a meia-noite do de 24 de junho, dia de São João. Pular a fogueira é um sinal de devoção, uma profissão de fé e, garantem os moradores de Matição, e, segundo dizem os moradores de Matição, só quem é realmente fervoroso consegue andar pelas brasas sem queimar os pés. Nesse momento, a comunidade se reveste de um ritual peculiaríssimo e que vem passando de geração a geração, sem faltar um ano que seja. Desde 1950, a festa é comandada por dona Divina, uma senhora de presença impactante e, ao mesmo tempo, gentil.



Este ensaio reflete a maneira com a qual Élcio Paraíso vê e interpreta esse ato de fé. Não é à toa, portanto, que as imagens buscam expressões, movimentos, cenas catárticas e privilegiam todo esse conjunto emocional, mais do que a técnica fotográfica. Em cada fotograma, a lembrança da força e do arrepio que a comunidade, ao se embrenhar em suas raízes, causa em quem não convive diariamente com aquelas memória afetivas.



“Pula-Fogueira” também é mais um capítulo da história do fotógrafo com as manifestações da cultura popular. Há cerca de dez anos, Paraíso vem percorrendo diversas comunidades negras instaladas no território mineiro e, a partir de cada uma dessas imersões, vem acumulando consistente material fotográfico, que, em breve, resultará em publicações, exposições e outros produtos culturais.






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Mais fotos do ensaio AQUI.

E mais sobre a Semana da Consciência da Unicamp ACOLÁ.

domingo, 16 de novembro de 2008

FOTOGRAFIA DE SHOW: CYNDI LAUPER EM BELO HORIZONTE

por Liliane Pelegrini


Cyndi Lauper é um ícone da década de 1980 e isso todo mundo sabe. Quando foi anunciada sua turnê pelo Brasil, em meio ao frissón da vinda de Madonna, fiquei particularmente imbuída de um sentimento gostoso. Porque música é algo que pauta a minha vida e que demarca situações e acontecimentos - e algumas canções de Cyndi se enquadram nessa categoria dos marcadores de tempo. A passagem específica da cantora por Belo Horizonte, em apresentação no Freegells Music, n último dia 15 de novembro, me animou mais ainda. Acompanhada da amiga Soraya - no melhor estilo 'Girls Just Wanna Have Fun' -, encontrei a casa de show lotada.

Assim que Cyndi subiu ao palco - o ser humano mais branco que já vi na vida -, uma emoção coletiva. Nem parecia que o auge da carreira dela havia sido 20 anos atrás. Músicas daquela época e até as mais recentes estavam na ponta da língua da grande maioria dos presentes, que, munidos com celulares e câmeras digitais, gravavam e fotografavam cada respiro da cantora. Cyndi pode não ter os músculos que Madonna ostenta. Não tem mesmo. Mas a voz, assim como na década de 80, continua potente, afiada, afinada, mais, como sempre, do que a da Rainha do Pop.





Presença de palco, caras, bocas, interações com a platéia. Cyndi tagarelava com o público entre uma música e outra, tudo em um inglês rápido, que a maioria não deve ter entendido de fato, mas, por uma dessas magias que a música tem, todo mundo entendia, no fim das contas, a essência do que ela queria dizer.

Hits? Vários. "I Drove All Night", "She Bop", "All Trough the Night" e, claro, "Girls Just Wanna Have Fun", "True Colors" e "Time After Time". Esta última me provocou uma emoção divertida: como eu, adolescente, já derramei lágrimas, por nada, obviamente, ao ouvir seus versos.




Soraya e eu, de mãozinhas para o ar, estávamos ali, just having fun. Entre uns passinhos oitentistas e umas lembranças de tempos distantes, umas fotos. Difícil encontrar um espaço para fotografar. A pista, empapuçada. Quem estava na frente, claro, não queria arredar pé e perder a visão privilegiada da diva. Como, apenas com uma lente 17-85 [afinal, num show desse, em que o objetivo era dançar até o pé doer, o melhor era não carregar equipamento demais], não daria para fazer fotos de uma distância confortável, lá fui eu me embrenhar no meio da multidão. Poucos cliques - o calor e a vontade de dançar me pediam para ser breve -, mas um registro que guardo com carinho e que agora compartilho com vocês.








sexta-feira, 14 de novembro de 2008

FIM DE SEMANA INFANTIL

No último fim de semana tive um momento completamente infantil, se não voltei a ser criança, pelo menos me relacionei mais de perto com minha síndrome de "Peter Pan". Comecei pelo show do Hélio Ziskind dentro do Projeto Música para Crianças da Artelivre no Teatro Alterosa, passei pelo aniversário da Gabriela e terminei no domingo com o Amaranto dentro do Música para Crianças também, um fim de semana especial. O projeto está começando agora criado pela Beth Santos da Artelivre, fotografei o primeiro show e vou seguindo, estarei em todos que puder, é bom ver nascer e acompanhar o desenvolvimento, a Bendita ultimamente tem lidado com clientes assim de longo prazo, é muito bom. E no longo prazo também temos a Gabi, fotografei o aniversário de 1 ano, o aniversário do primo e agora o de 2 anos e nessa toada chego ao casamento da menina.
ass: Élcio Paraíso

Hélio Ziskind com o show "H em BH" -08/11/2008



Aniversário de 2 anos da Gabriela - 08/11/2008




Amaranto com o show "3 Pontes" - 09/11/2008

FOTOGRAFIA AUTORAL: FEIRA DE ANTIGUIDADES

Este é um trabalho bastante pessoal, completamente fora da Bendita, mas resolvi colocá-lo aqui porque com o tempo está se tornando parte. Eu explico: conheço a Feira Tom Jobim, ou feirinha do Arnaldo como é conhecida, desde os tempos em que trabalhava no "Hoje em Dia" e quando virei professor de Fotojornalismo na Escola de Imagem acabei escolhendo a feira como a primeira saída com os novos alunos. O que era apenas uma aula está virando um ensaio bem bacana, já foram várias visitas, conheci diversas pessoas e comecei a editar o material devagarinho. Portanto o que era um trabalho extra agência está se tornando mais um projeto Bendita. Neste post escolhi só algumas fotos da última saída, sábado passado.
ass: Élcio Paraíso