quarta-feira, 6 de agosto de 2008

DAS TELAS PARA AS LENTES

Sabe aquelas pessoas que a gente sonha em conhecer, chegar perto, conversar [e, no meu caso, que me joguei na vida dos cliques, também fotografar], mas que parecem fazer parte apenas de um mundo muito inacessível? O cineasta David Lynch, para mim, era uma dessas pessoas. Responsável por algumas das minha obras audiovisuais favoritas — entre elas os filmes "Veludo Azul" e "Cidade dos Sonhos" e a série de TV "Twin Peaks" —, Lynch está passando por diversas cidades do Brasil para lançar o livro "Em Águas Profundas — Criatividade e Meditação" e, por uma dessas coisas inesperadas do destino, acabei sendo convidada para fotografá-lo na coletiva de imprensa que aconteceu hoje, dia 5, em Belo Horizonte.
Como estava fotografando só para mim mesma, não tinha que seguir padrões de qualquer publicação [no fim das contas, acabei cedendo algumas imagens para o portal Filmes Polvo, do amigo Marcelo Miranda e cia]. Simplesmente fui clicando, meio sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Experimentei detalhes, texturas, temperaturas de cor pouco usuais, e que, até mesmo por serem incomuns, me pareceram pertinentes para capturar alguém tão singular quanto Lynch.
Confesso que até tremi. Na prática, o nervosismo se mostrou sem razão: em vez de um deus inacessível, David Lynch se mostrou muito próximo. E sua clareza de idéias — apesar de não serem idéias fáceis — é impressionante.
Como o clima estava leve, tive uma idéia maluca. Ao lado da sala em que acontecia a coletiva, isso num hotel de Belo Horizonte, havia um salão de beleza e eu propus a Lynch fazermos uma sessão utilizando aqueles secadores fixos como cenário. [Ok, podem rir. Eu também ri.] Cara de pau, total cara de pau. Mas eu não tinha nada a perder. Se ele aceitasse, seria um ensaio no mínimo inusitado e/ou divertido. [Imagina ele com aquele topete costumeiro junto à tal parafernalha!] Se não aceitasse, pelo menos eu teria tentado. Jornalismo e fotografia também se fazem de riscos. Não adianta querer fazê-los sem mergulhar de cabeça e, às vezes, pirar. Ele não aceitou. Muitas entrevistas a dar, muitos eventos a cumprir. Mesmo sem o ensaio nonsense, a experiência valeu a pena. Pelo menos para mim. Ficam, abaixo, alguns cliques para quem quiser compartilhar.
ass: Liliane Pelegrini

















2 comentários:

glenio campregher disse...

Que destino bom o seu Liliane! Estar cara a cara com David Lynch. Aproveitou bem a opotunidade!

Laura disse...

Peguei sua foto emprestada para meu blog.
http://lauranaoesta.blogspot.com

obrigada
bj