domingo, 13 de julho de 2008

INVERNO CULTURAL DA UFSJ — 12.7.2008

O primeiro dia do Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) foi o momento de dar uma volta pela cidade e explorar um pouco coisas que a gente não costuma reparar. Sombras, placas, detalhes e até igrejas, mas de um outro jeito. Depois, foi a hora de acompanhar o cortejo que marcou a abertura oficial do evento. Comandado pelo bloco Loucos Varridos, de Oliveira, e com a participação de grupos de maracatu e outras manifestações populares da cultura sanjoanense, o cortejo lembrava as procissões, muito tradicionais por aqui. E teve até queima de fogos. Mais tarde — e para fechar esse primeiro dia —, show dos Demônios da Garoa, cuja resenha segue logo abaixo, junto com um aperitivo desse primeiro dia.
Detalhes e delírios:


Cortejo de abertura:






Demônios da Garoa:

DEMÔNIOS DA GAROA CONTAGIAM PÚBLICO

DO 21° INVERNO CULTURAL

Apesar do frio cortante que justificava os pesados casacos incorporados pelas pessoas às ruas de São João del-Rei na noite de sábado, a primeira do 21° Inverno Cultural da UFSJ, era intenso o burburinho nas imediações do campus Santo Antônio. Ali, aconteceria o primeiro grande show programado para a edição 2008 do festival. Os perfis que formavam a massa, porém, não deixavam adivinhar – isso no caso dos desavisados – qual seria a atração que estava por vir. Explica-se: completamente heterogênea, a considerável aglomeração reunia desde jovens até senhores e senhoras já de cabeça branca.
Tal diversidade fica mais fácil de entender quando os Demônios da Garoa finalmente sobem ao palco e dão início ao espetáculo. Do alto dos 65 anos de uma carreira permeada pelo atemporal samba, Sergio Rosa, Canhotinho, Simbad, Izael e Ricardo não coincidem em nada com a imagem que se pode ter de homens já na terceira idade: o fôlego, invejável, incitava a platéia a dançar e a, literalmente, se esquentar.
Aos encapetados, no bom sentido, não faltavam armas para fazer com que a platéia os acompanhasse: repertório recheado de canções que fazem parte do imaginário coletivo, uma potência vocal e uma harmonia impressionantes, além de um jeito muito carismático de interagir com o público. Era bonito de ver o povo todo se agitando e até dançando em pares durante a execução de clássicos como "Saudosa Maloca", "O Samba do Arnesto", "As Mariposa", "Tiro ao Álvaro", "Ói Nóis Aqui Trá Veiz" e, claro, "Trem das Onze”, entre outros clássicos.
Os Demônios da Garoa ainda surpreenderam com arranjos sempre muito vibrantes, que ora brincavam com o samba de escola, ora com o típico samba de São Paulo e até mesmo com o frevo e a fanfarra. Também causaram frissón versões para músicas aparentemente – e só aparentemente – incongruentes com o grupo paulistano – estamos falando de “Dia de Domingo”, “Evidências” e “Como uma Onda no Mar”, sucessos, respectivamente, nas vozes de Tim Maia, Chitãozinho & Xororó e Lulu Santos.
O momento mais emocionante da noite, sem dúvida, foi quando o grupo apresentou ao público a canção "Clara", composta por Canhotinho do Cavaquinho logo depois da morte de Clara Nunes. "Há muitos anos não tocávamos essa canção, mas não podíamos deixá-la de fora num evento que homenageia a nossa grande amiga", disse Simbad, em nome do grupo, visivelmente alegre por participar do 21° Inverno Cultural da UFSJ.

Um comentário:

consuelo abreu disse...

Esta turma de Oliveira conheço bem, mas sob suas lentes, a magia é outra e muito mais bonita!