por Liliane Pelegrini
Houve o tempo em que nós andávamos juntas pelo menos cinco dias por semana, praticamente o dia todo, no colégio e nas horinhas de diversão. Foram muitos anos de convivência intensa, o que não seria garantia nenhuma de longevidade – tantos outros estiveram conosco naquele tempo e poucos resistiram à passagem dele. Mas nós, as meninas do Rebanho – não me perguntem o motivo que levou a mim, Fernanda, Theresa, Luciana e Vanessa a batizarmos nosso grupinho assim –, resistimos. Claro que não nos encontramos com a mesma frequência – exceto eu e Fernanda, que escolhemos a mesma profissão, nos formamos jornalistas juntas e volta e meia trabalhamos em parceria –, mas nunca deixamos de participar da vida das amigas: aniversários, formaturas, dias ruins que só se resolveriam com um encontrinho rápido ou com um telefonema para desabafar.
Mesmo que tivéssemos mudado muito – duas viramos jornalistas; uma, fisioterapeuta; a outra, designer; a outra outra, nutricionista –, nada era, na verdade, muito diferente, nem as caras, nem o jeito. Aí veio a Vanessa com a notícia e o convite: em 14 de março, ela e o Eduardo subiriam ao altar. Um casamento, definitivamente, era algo bem diferente no nosso esquema. Ok, eu já tinha me casado, bem antes dela, aliás, mas comigo o peso simbólico nem foi tão grande. Eu não entrei numa igreja, vestida de noiva, não disse 'sim' ao marido na frente de um padre e das nossas pessoas queridas. Coisas que não combinam com o meu perfil. Mas a Vanessa iria ter isso tudo e o ritual completo, que nós, as amigas, comungaríamos com ela, era o sinal mais claro de que, definitivamente, as nossas vidas tinham passado de fase. Há dez anos, frequentávamos as festas de 15 anos uma das outras. Agora...
Era impossível não fotografar o casamento de uma das minhas melhores amigas. Ainda mais que a Bendita tem um trabalho bem específico e diferenciado para esses momentos. Fomos Élcio Paraíso e eu. Ele com incontáveis casamentos fotografados no currículo. Eu com um número bem considerável. Apesar da experiência, aquele era como se fosse o primeiro. Aliás, como se fosse não: era. Afinal, nunca antes eu tinha visto uma amiga se casar.
Tudo que eu e Élcio fotografamos tem doses cavalares de emoção, até porque não acreditamos em fotografia sem envolvimento. Para mim, ver a Vanessa virar a Senhora Eduardo foi, certamente, um dos momentos mais emocionantes da minha vida, como amiga e como fotógrafa. Ela, que sempre foi a mais cobiçada da nossa turminha, estava como sempre foi: elegante, toda vaidosa, cheia de brilhos. A nossa Vanessa Porta-jóias.
Já tem tempo que queria postar aqui as fotos da Vanessa e do Eduardo. Eu e Élcio preferimos, porém, deixar para tornar público o material só depois que o casal estivessem com ele em mãos. Tudo entregue e aprovado, compartilho, aqui e agora, um pouco desse que foi mais que um trabalho. Outras fotos do ensaio na nossa página no Flickr.
Eles...
E, neste caso, não dava para não dividir uma foto com o casal...
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